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terça-feira, 17 de agosto de 2010

DE TUDO O QUE É DE TODOS


LUIS MARTINS DA SILVA

Para os meus (mais mestres que alunos)



Por algum puro desígnio já vim nu ao mundo,
E cada uma das posses me foi dizendo não.
Mas fiz ao longo de uma vida vasto latifúndio,
Que foi expandir cada vez mais meu coração.


Não que não me desse conta bem do quanto
De ilusões em quimeras no caminho aparecendo,
Mas todas, com o tempo, foram se despindo,
Pois nada do que se é dono veste o ser humano.


Hoje, por não ter nada, de tudo tenho com fartura:
Posso ser dono, cidadão e servo ao mesmo tempo.
Livre contemplar como pássaro a linha do horizonte.


Voar foi meu destino. E, no delírio das alturas,
Ir aos confins, até onde chegam o Céu e o Oceano,
Registrar em meu nome toda a Terra em escritura.

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