Luís Martins
Vivo a vida de fim em fim,
Dia a dia vou emendando elos
E assim vou estendendo de mim
A longa fiação de um novelo.
Tecelão, nasci, não o sabia
Tão tênue fio esse da existência
e quem em vivendo sabe e pensa
Que amanhã pode lhe faltar poesia.
Mas se o fim, esse fantasma indiferente
Se a todo momento raspa, passa rente
Tangencia, ainda bem, a toda hora.
Senão já em espiral nos engolido
Já haveria para a morada do olvido
Há tempo nos levado em brumas asas do outrora.
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