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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

NÃO É TODO DIA




Luiz Martins da Silva


Que alguma coisa desce do firmamento
Para se clicar feito faíscas de flertes.

Que um epifenômeno em redemoinho
Vem dissolver madeixas em vento.

Que o tão simples bom-dia no elevador
Materializa tão somente o pretexto do por favor...

Que alguma atenção extra converte o instante
Naquele da criança esquecer febre e quebranto.

De lamentarmos não ter câmera,
justo o momento,
De registrarmos o tão prosaico incidente.

Que percebemos que em todo dia
Há algo até mais real do que na fotografia

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