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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
MINUDÊNCIAS DIVINAS
Luiz Martins da Silva
Já por mim, é do meu feitio gostar de certas nódoas,
Postas como flagrar quando Deus desce das maiúsculas
E vem cear no orvalho das carícias sobre musgos,
Delícias de liquens sobre rugosas superfícies.
É nesses momentos de incontido júbilo
Que olho para os céus e, nos desenhos de nuvens,
Cismo de ver como entes voláteis, mas insinuantes,
Combinam devaneios de enviar para cá as substâncias.
Eu escrevo estas lereias como se fossem homilias
De um novo, mas velhíssimo culto do bucólico,
Afeito a contemplações de texturas caóticas,
Mas que são dos oráculos reveladoras trilhas.
Dos oceanos emanam atenções magnânimas,
Por vezes, pavorosos duelos de titãs.
Mas que no seu arrebatamento espetaculoso
Apenas revolvem e reciclam intimidades ínfimas.
N’outro dia, alguém sabendo-me desses bobos:
“Olha, fotografa, você que gosta desses troços...”.
Ora, eram radiantes recém-nascidos cogumelos,
Esgueirando-se inaugurais de uma tampa de esgoto.
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