Luiz Martins da Silva
I
Para saberes se a tens,
Na sua própria agudez,
É não haver sobre o tátil
Sentido algum de nudez.
II
E se ninguém souber da rua,
De fato, não vale o chão.
Melhor sonhar com alguém,
Do outro lado da Lua.
III
Hão de lhe servir água pura,
Alvíssimo orvalho de irmã,
Ao se admirar um cálice,
Ornado de flores, talismã.
IV
Ah! Quanto de vida a saber
Das revelações de um mapa,
Linhas das mãos, pentagramas,
De um filme que está por vir.
V
Acordar, bambo e zonzo,
A três mil milhas depois,
Sino que ainda ressoa
Do toque solene de um anjo.
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