LUIZ MARTINS DA SILVA
D'Ele sempre me disseram
Ser vasta existência,
Insondável anti-matéria.
Alguns o ouviram,
Em seu nome todos falam.
Creio-O de fato infinito,
Mas de ausência presente,
Tantas as manifestações.
Teimo ser-Lhe testemunho,
Sorriso de criança.
Deus é infantil,
Estuda física fractal,
Deita-se em leitos de delírio.
Senão por que desenha iguanas?
E hachuras de folhas?
E tramas de maré na areia?
Dele me vêm alguns toques,
Nada físico, sopro do sensível,
Ele aprecia música.
Cismo-O não uno corpo,
Mas, fragmentado de tudo,
Detalhes de passarinho.
Borboletas, então, coleciona.
Flores, hobby predileto.
Latifúndios de tulipa.
Certa vez o surpreendi,
Orvalho de orquídea,
Joaninha lambendo rosa.
Acho que ele curte praias,
Meditações solitárias,
Procurá-lo é para dentro.
Vê-lo é o tudo afora,
O para sempre do vento,
O mar sem fim da metáfora.
Toda vez que se ama,
Ele nos agasalha,
Com seu manto morno de plumas.
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