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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

ABISMO DE ROSAS







Américo Jacomino, o Canhoto, compositor e instrumentista, nasceu em 1889 . Brasileiro, filho de imigrantes napolitanos, nunca freqüentou escola. Desde garoto interessou-se por violão, que tocava, mesmo sem inverter as cordas, na posição de canhoto, o que deu origem a seu nome artístico. Aos 16 anos começou sozinho a aprender cavaquinho, época em que já tocava em serenatas.

Em 1907, durante uma serenata no bairro da Mooca, conheceu o cantor Paraguaçú, com quem começou a apresentar-se em cinemas, circos e restaurantes.
Em 1913, já conhecido na capital paulista como bom violonista, gravou pela primeira vez, na Odeon, na série 120.000, a valsa Belo Horizonte, a polca Pisando na mala. Compôs aos dezesseis anos Abismo de Rosas, clássico do violão brasileiro.
Já em 1916 gravou suas valsas Beijos e lágrimas e Acordes do violão, primeiro título de Abismo de rosas.
Gravou em 1918 os tangos Madrugando e Recordações de Cotinha. Na época da Primeira Guerra Mundial, compôs a Marcha triunfal brasileira .

Em 1919, foi convidado, a formar um trio com Viterbo Azevedoe Abigail, uma menina , para apresentações teatrais, em que Viterbo encarnaria o Jeca Tatu, famoso personagem de Monteiro Lobato.No mesmo ano o Trio Viterbo-Abigail-Canhoto estreou em São Paulo e em seguida excursionou por cidades do interior . Em dezembro foi para o Rio de Janeiro, dando um recital de violão no Teatro Lírico.

Inicia em 1920 a produção de músicas carnavalescas, embora continuasse a compor outros gêneros. Lançou, para o Carnaval daquele ano, Ai, Balbina e no ano seguinte Já se acabô (ambas com Arlindo Leal). Logo depois instala-se em S.Paulo, onde abriu loja de instrumentos musicais. Foi um dos pioneiros, ao lado de Paraguaçu, da Rádio Educadora Paulista, primeira emissora do Estado.
Em 1922 gravou a Marcha triunfal brasileira e regravou Abismo de rosas. Um ano depois gravou como cantor a Marcha dos marinheiros e no ano seguinte o samba Só na Bahia é que tem (ambos de sua autoria).
No ano de 1927, no Rio de Janeiro, participou do concurso O que é Nosso, patrocinado pelo jornal Correio da Manhã e realizado no Teatro Lírico, quando executou três músicas de sua autoria, a Marcha triunfal brasileira, Viola Minha Viola e Abismo de Rosas, vencendo o concurso e recebendo o título de Rei do Violão Brasileiro.
Em março de 1928 retornou ao Rio de Janeiro, gravando algumas de suas composições em solos de violão e cavaquinho, adoece e é levado de volta a São Paulo , onde vem a falecer.
Pesquisa: André A.

Um comentário:

EDUARDO POISL disse...

Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas,
que já têm a forma do nosso corpo,
e esquecer os nossos caminhos,
que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia:
e, se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre,
à margem de nós mesmos

Fernando Pessoa

Te desejo um lindo domingo com muito amor e carinho
Abraços