Luiz Martins da Silva
São tantas metáforas
Que se fazem aos caminhos,
Que andar nem é tino
É alegoria de mirar.
Caminho, camino, caminno,
Senda, sendero, chemin,
Caminito, trilha, vereda,
Serventia de andaluzes.
Lâmpada, lamparina, archote,
Lanterna, tocha, fósforo,
Única brasa que seja,
Quanto mais raio, corisco.
Lua, estrela, via láctea,
E ainda que seja a noite, nua,
Espesso breu dos navegantes
Faíscam pedras nos cascos os rocinantes.
E que aos mortos não se neguem lumes,
Pois morrer será a própria eterna treva.
Que se lhes acendam velas, candelabros,
Fileiras ardentes, vigílias de castiçais.
Mas, mais que todas as luzes acesas
São os olhos das musas os grandes sinais,
A nos guiar qual do sol as labaredas,
Pois facho maior que do amor não há farol.
Sobre o autor: Luiz Martins da Silva nasceu em Nova Russas (CE), em 03/09/1950. Em Brasília desde 1970; formado em Jornalismo e mestre em Comunicação pela UnB; doutor em Sociologia (UnB/Universidade Nova de Lisboa); jornalista desde 1975 (Jornal de Brasília, O Globo e Veja, entre outros). Professor da Faculdade de Comunicação da UnB, desde 1988; e pesquisador do CNPq, desde 1996. Participação, entre outras, da antologia Poesia Jovem – Anos 70. Integrou a Geração Marginal.
Bibliografia: Rua de Mim; Comigo Foi Assim; Brasilinhas; Breviários; e Realejo. Foi um dos organizadores da antologia de poesia Águas Emendadas (1977). Autor de vários livros e trabalhos acadêmicos na área de Comunicação.
Um comentário:
Muito lindo este texto, amei ler!
beijo, ótimo fim de semana
Postar um comentário