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domingo, 30 de novembro de 2008

ÉRICO SANTOS e sua perspectiva cromática
















"A pintura de Érico Santos se constrói sobre uma das inovações artísticas mais interessantes e férteis da história do mundo ocidental, a sugestão, que aparece com Giotto e Van Eyck no século XIV, embora tenha existido, alguns séculos antes, na China. Basicamente, ela consiste em apresentar um aspecto parcial da realidade ou dos fatos, na suposição de que a memória e a imaginação do espectador consigam, de acordo com o próprio repositório de lembranças e a inventividade pessoal, completar, e até ampliar, o tema proposto. Observemos uma das telas de Érico: ele não nos dá a imagem integral, retiniana. Ele nos dá uma espécie de leit-motiv óptico, um gatilho deflagrador. Para quem vê, trata-se quase de uma "imagem desfocada". Não se vêem os detalhes na tela, mas apenas grupos de detalhes, uma figura geral. Em síntese, Érico não se interessa pela reprodução da cena exterior, mas por uma re-produção imagética, que conta com a adesão do mundo mental, sobretudo do mundo imaginativo do contemplador "- Armindo Trevisan


Tudo sobre o pintor em http://www.ericosantos.com.br/

sábado, 29 de novembro de 2008

ATRÁS DO PENSAMENTO




















Atrás do pensamento tem uma cidade
Ruas de pedras
Luz de lamparina.
Tem um homem velho que tece fios intermináveis
E limpa as remelas dos olhos de
quando em vez.
Atrás do pensamento tem um pássaro pousado sobre o muro
Que olha em volta e procura.
Um sino toca sempre de hora em hora .
No meio da rua de pedras
A mulher dança de pés no chão e vestido negro
Sob os cabelos dúzias de devaneios.
Toma sopros de vidros entre os dedos e os joga no ar.
Atrás da mulher tem um tocador de BumboRetumba compassadamente e espanta o pássaro.
Atrás do pensamento
Tem uma cidade
Ruas de pedras
Um muro vazio.
O homem , sob a lamparina lacrimeja de hora em hora
E a mulher ?
Cobre os ouvidos e
Dorme sobre as pedras.

L.A

Óleo sobre tela Steven Kenny - quer ir além?, ckick em


quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O PODER DAS PALAVRAS



“Se me disseres que me amas, acreditarei.
Mas se escreveres que me amas,
Acreditarei ainda mais.
Se me falares de saudade, entenderei.
Mas se escreveres sobre ela,
eu a sentirei junto contigo.
Se a tristeza vier a te consumir e me contares,
Eu saberei.
Mas se a descreveres no papel,
o seu peso será menor.”
…e assim são as palavras escritas:
possuem um magnetismo especial,
libertam, acalentam, invocam emoções.
Elas possuem a capacidade de, em poucos minutos,
cruzar mares, saltar montanhas,
atravessar desertos intocáveis.
Muitas vezes, infelizmente, perde-se o autor,
mas a mensagem sobrevive ao tempo,
atravessando séculos e gerações.
Elas marcam um momento
que será eternamente revivido
por todos aqueles que a lerem.
Viva o amor com palavras faladas e escritas.
Mate saudades, peça perdão, aproxime-se.
Recupere o tempo perdido, insinue-se
Use a palavra a todo o instante,
de todas as maneiras.
Sua força é imensurável.
Lembre-se sempre do poder das palavras.
“Quem escreve constrói um castelo,
E quem lê passa a habitá-lo”

Texto de autor desconhecido, do blog de Suzana Duboc : eclipse com amor
( enviado por Ana Faleiros)

sábado, 15 de novembro de 2008

O AMOR BRASILEIRO POR PESSOA




Documentário feito em Portugal eleito um dos melhores do ano no Brasil "O amor brasileiro por Pessoa" vai marcar a exibição, pela primeira vez em Portugal, do documentário em três partes O Poeta Fingidor. Realizado pela GloboNews em Outubro de 2007 em Lisboa, foi transmitido no Brasil por ocasião dos 120 anos do maior poeta português do século XX. O evento vai contará com o grupo de teatro do Chapitô – com os actores a realizar pequenas “performances” tendo por tema as obras e os heterónimos de Pessoa, assim como a internacionalização dos seus escritos, no âmbito do Ano Europeu do Diálogo Intercultural.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O ENCANTADO

ÓLEO SOBRE TELA- Luisa Ataide (releitura de imagem da web)

domingo, 9 de novembro de 2008

REINSURGÊNCIAS


Sagrou-te e foste desvendando a espuma
Fernando Pessoa / “O Infante”


Passada a bruma, agora, já quase por inteira
Eis-me de volta ao bravo areal da praia morena,
Rejuntando de novo a quilha aos olhos do Restelo,
Reconstruindo feito louco vadio novos castelos,
Pois não são de devaneios que a vida mais se amena?
E acaso não é de vida que mais entende o nevoeiro?

Luiz Martins da Silva - poeta, jornalista e professor da Faculdade de Comunicação da UNB