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terça-feira, 26 de abril de 2011

CLARIDADES


Luiz Martins da Silva


Obrigado, insônia, por parir-me de novo no raso do momento,

Por divisar-me novamente, antes que seja claro o horizonte,

Por sacudir-me, outra vez, antes que fossem de verdade

Todos os meus temores de uma infinidade de infâncias.

Obrigado por retirar do meu rosto o tempo em fios brancos,


(Austera lição de humildade e despretencioso pranto),

Por brincares comigo acenando incertezas de eternidade,

Diante de um espelho que me redivive em mais lembranças.

Queria compartilhar com essa legião de faces em repouso

(Cada um em sua página, vasta literatura de memórias)

O farfalhar das horas, lá fora a brisa brincando de arrasto.


Ninguém por testemunho, só este teclado a quem ordeno:

Anda, não para, vai dizer ao mapa mundi e à humanidade

Que eu acordei para ninar toda a população desta cidade.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

GIBRAN



"Vossos filhos não são vossos filhos.

São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.

Vêm através de vós, mas não de vós.

E, embora vivam convosco, não vos pertencem.

Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos.

Porque eles têm seus próprios pensamentos.

Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;

pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.

Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,~

porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.

Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.

O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a Sua força para que Suas flechas se

projetem rápidas e para longe.

Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria:

pois assim como Ele ama a flecha que voa, ama também o arco que permanece estável."




( De "O Profeta" - Gibran Khalil Gibran )

domingo, 10 de abril de 2011

VIRGÍNIA WOOLF



"A nossa vida é uma incerteza. Um cego que revoluteia no vazio em busca de um mundo melhor cuja existência é apenas uma suposição."