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terça-feira, 30 de agosto de 2011

A SAÚDE E O NÃO PERDÃO



LOUISE L. HAY

Sempre que estamos doentes, necessitamos procurar dentro de nossos corações para descobrirmos  quem precisamos perdoar. O conhecido livro Course in Miracles diz. "Toda doença tem origem num estado de não-perdão e "sempre queficamos doentes, precisamos olhar à nossa volta para vermos a quem precisamos perdoar".
Eu acrescentaria a isso que a pessoa a quem você achar mais difícil perdoar é a DA QUAL VOCÊ PRECISA SE LIBERTAR. Perdoar significa soltar, desistir. Não tem nada a ver com desculpar um determinado comportamento. É só deixar toda a coisa ir embora. Não precisamos saber como perdoar. Tudo o que necessitamos fazér é estarmos dispostos a perdoar. O universo cuidará dos "como".
Compreendemos bem demais nossa própria dor. Como é difícil para a maioria de nós compreendermos que eles, sejam lá quem forem, precisam de nosso perdão, também estão sofrendo dor. Precisamos entender que eles estavam fazendo o melhor que podiam com a compreensão, a consciência e o conhecimento que tinham na época.
 Quando alguém vem a mim com um problema, não importa qual seja - má saúde, falta de dinheiro, relacionamento insatisfatórios, criatividade sufocada -, trabalho unicamente numa só coisa, ou seja, : em amar o eu.
Aprendi que, quando realmente amamos, aceitamos e aprovamos a nós mesmos exatamente como somos, tudo na vida funciona. Écomo se pequenos milagres estivessem em todos os cantos. Nossa saúde melhora, atraímos mais dinheiro, nossos relacionamentos tornam-se mais satisfatórios e começamos a nos expressar de forma plena e criativa. Tudo parece acontecer sem nem mesmos tentarmos.
Amar e aprovar a si mesmo, criar um espaço de segurança, confiança merecimento e aceitação resultará na criação da organização da sua mente, criará relacionamentos mais amorosos em sua vida, atrairá um novo emprego e um nvo e melhor lugar para viver, e até permitirá que seu peso corporal se equilibre. Pessoas que amam a si mesmas e aos seus corpos não se prejudiam e nem prejudicam os outros.
A auto-aprovação e auto-aceitação por aqui e agora são as principais chaves para mudanças positivas em todas as áreas de nossas vidas.
O Amar a si mesmo, amar o eu, começa com jamais nos criticarmos por nada. A crítica nos tranca dentro do padrão que estamos tentando modificar. A compreensão e o sermos mais gentis conoscos nos ajudam a sair dele. Lembre-se , vocês esteve se criticando por anos e não deu certo. Tente se aprovar e veja o que acontece.

Do livro- Você Pode Curar Sua Vida.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

NOS BRAÇOS DOS ANJOS



À memória, necessária , de Brenno Ataíde  Lessa


Nós não compreendemos muito.
Porque  por mais que tentamos traduzir os idiomas do mundo
Há a linguagem dos que não caminham um passo após o outro.
Eles saltam a janela, e vivem a plena capacidade de estar só.
Vivem só, riem só, sonham só. 
Há cores que só eles pintam, há trilhos que nunca alcançaremos.
Isso porque,  pisamos, apenas,  as pedras das ruas -  no máximo os telhados das casas.
Eles alcançam as asas do vento e às vezes tombam como pássaros feridos.
A palma da mão de Deus os acolhe e protege.
 O sopro da vida enche-lhes de novo os pulmões.
Porque a vida é cíclica e nunca se esvai.
Somos eternos.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

VECTOR NULO


  

FERNANDO HENRIQUE  DE PASSOS

Uma criança anda perdida no deserto.
Percorre há milênios os não-caminhos de areia.
Detém-se agora ante a magnificente esfinge
E faz-lhe uma pergunta.
O Sol abrasador enche tudo de silêncio.
A criança escolhe uma direção ao acaso
E continua a caminhar.

Do livro- Horas de Trevas, Horas de Luz

sábado, 13 de agosto de 2011

ENTRE OS ATOS- VIRGÍNIA WOOLF






Antonio Bivar prefaciou Entre os Atos , o último romance escrito por Virginia Woolf publicado postumamente, quatro meses depois de seu suícídio numa sexta-feira, 28 de março de 1941. Virginia estava com 59 anos quando afogou-se no Rio Ouse. A última pessoa que a viu, relata Bivar , foi John Hubbard, empregado de uma fazenda local. Hubbard contou que era por volta de 11h30 da manhã quando Virgínia , de sobretudo e bengala, passou por ele em direção ao rio.  Largou a bengala, enfiou pedras nos bolsos do casaco e entrou no rio. Deixara , em casa, cartas para o amigo Leonard e para a irmã Vanessa , que morava a poucos quilômetros da Fazenda. Na carta explicava ter certeza de estar ficando louca novamente e desta vez sem esperança de cura. Acreditava que nunca mais ficaria boa e não achava certo continuar dando trabalho aos aoutros. Escreveu ao marido:
"Querido, tenho a certeza que estou enlouquecendo de novo. De modo que estou fazendo o que parece melhor. Não consigo mais lutar. Sei que estou estragando a sua vida e que sem mim você poderá trabalhar. Você foi absolutamente paciente comigo e incrivelmente bom. Se alguém pudesse me salvar, teria sido você. Não creio que duas pessoas tenham sido mais felizes do que nós fomos."
Ao descobrir as cartas , Leonard telefonou para Vanessa e , acostumado às rotas de Virgiínia foi até o rio onde encontrou, na margem, a bengala da mulher. Nos dias e semanas seguintes as buscas foram incessantes. Os jornais noticiaram o desaparecimento da escritora, amigos manifestaram profunda consternação e alguns escreveram obituários para os principais jornais ingleses. O corpo so foi encontrado três semanas depois, no dia 18 de abril, na outra margem do rio. Cinco adolescentes passeando de bicicleta pelas redondezas pararam para um piquenique e viramum corpo boiando entre arbustos. Correram a avisar a polícia. Era o corpo de Virginia Woolf. Leonardo foi sozinho à cremação , em Brighton.
Virgínia , assim que terminou de datilografar Entre os Atos  entregou o livro para o escritor e amigo John Lehmann que agora era sócio de Leonard Woolf na editora Hogarth Press , que ela e o marido haviam fundado em 1917. Imediatamente após entregar o livro veio a insegurança. Pediu a Lehmann que adiasse a publicação, que não viu motivo para adiamento. Virgínia sempre temia a reação de amigos e da crítica , ao lançar novas obras, com esse romance sentia-se mais apreensiva do que nunca. Contudo, todos que a conheciam tinham a erteza de que, como ela havia superados as outras crises, com tratamento e repouso, embora sob os cuidados da médica e amiga Octavia Wilberforce, ela acabaria superando mais essa crise. Todos acreditavam nisso , menos Virginia. Mesmo com a cabeça explodindo de ideias projetos sentia estar perdendo a energia criativa e que seu tempo havia passado, Com a guerra ninguém queria saber de livros. Mecklenburgh Square, onde ficava a última residência londrina do casal Woolf é posta abaixo num bombardeio. A casa em Tavistock Square , onde também viveram tantos anos, antes de se transferirem para Mecklenburgh Square tamvém fora destruída. "Tudo é entulho onde escrevi tantos outros livros", ela escreve no diário. 
Em Entre os  Atos se fundem fragmentos de poesia, versos e rimas infantis, provérvios, notícias da guerra ,  elementos pós-freudianos, em seu espetáculo- produzido com parcos recursos ( lençois pintados representando a Civilização em ruínas). Miss La Trobe, a personagem , se empenha para que todos entendam que a história nada mais é que repetição sem sentido. A única alternativa é a voz dos poetas - delicada, pura, musical e incorruptível.