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quarta-feira, 17 de abril de 2013

O CORPO DE DEUS



LUIZ MARTINS DA SILVA


D'Ele sempre me disseram
Ser vasta existência,
Insondável anti-matéria.


Raros o viram,
Alguns o ouviram,
Em seu nome todos falam.


Creio-O de fato infinito,
Mas de ausência presente,
Tantas as manifestações.


Teimo ser-Lhe testemunho,
No abrir das flores,
Sorriso de criança.

Deus é infantil,
Estuda física fractal,
Deita-se em leitos de delírio.


Senão por que desenha iguanas?
E hachuras de folhas?
E tramas de maré na areia?

Dele me vêm alguns toques,
Nada físico, sopro do sensível,
Ele aprecia música.


Cismo-O não uno corpo,
Mas, fragmentado de tudo,
Detalhes de passarinho.

Borboletas, então, coleciona.
Flores, hobby predileto.
Latifúndios de tulipa.


Certa vez o surpreendi,
Orvalho de orquídea,
Joaninha lambendo rosa.

Acho que ele curte praias,
Meditações solitárias,
Procurá-lo é para dentro.

Vê-lo é o tudo afora,
O para sempre do vento,
O mar sem fim da metáfora.

Toda vez que se ama, 
Ele nos agasalha,
Com seu manto morno de plumas.
.

domingo, 14 de abril de 2013

ENTRE ASPAS



Porque somos imperfeitos, ou supomos sê-lo, a luz nos 

ofusca. 

E porque a luz nos ofusca

fechamos os olhos.

E tudo continua escuro.



KEILA ABREU