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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

PARA NÃO SERMOS UMA ILHA

Bonecos De Neve


Que o Natal nos seja um presente, todos os dias.


Em Dezembro, ao Sul da América a neve nunca cai sobre os telhados das casas

Não há lareira nos lares e os pinheiros tropicais são árvores multicores.

Os bonecos de neve moram nos shopings

Gorduchinhos estáticos sob a fina chuva de isopor.

Os meninos apontam os dedos e o riso às cidades de quase neve

Os pais resgatam os pacotes de dentro das lojas

Guardam neles o natal que nunca tiveram.



Em Dezembro, ao Sul da América só a chuva cai sobre os telhados das casas

As estrelas descem à Terra e iluminam as varandas

E enchem de luz os corações dos homens.

Natalino, o Espírito retorna às ruas

Preenche de sons de sinos quintais e avenidas

Recolhe das portas as doações de paladar e cor

E salva o Natal dos que sonham com fartura e riso.



Em Dezembro, ao sul do Sul da América, cai um pouquinho de neve

Há lareiras e pinheiros coloridos

Há canções com estrelas dentro.

Há risos e meninos encantados

Espelhado na íris o último expresso da Infância.

Perdoamos a intenção comercial do caminhão iluminado

E recolhemos apenas o que ele sopra de magia e luz em nossas vidas.



Aqui, ao Sul da América há cantatas e luzes nas praças

Enchemo-nos com o vento da fé para os outros meses do ano

Agradecemos cada dia dado.

Que a esperança, hóspede contumaz de nossas casas

Corra os mares e terras distantes

E nos faça apenas filhos do mesmo planeta

Que pede respeito e paz.


L.A



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