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terça-feira, 12 de junho de 2012

CARRAPICHO



             
um poema de amor

  Luiz Martins da Silva 


Guardei-a, afeito ao rijo e rude velcro,
Às melhores imagens de um bom tempo;
Ainda lá, no mesmo nicho, bem estreito,
Cingindo-nos em único e presto arbusto.


Lábios mais são garras, unhas de agregar vinhas;
Andorinhas, notas, pingos, chuviscos, melodias...
Mais ainda são os olhos, claves da memória;
Justo o não-sólido é o que mais se faz lua cheia.

Exatamente, por não se ferirem de matéria,
São majestosas geometrias, invisíveis catedrais,
Tapetes do sem fim pelos mármores da ternura.

 Sou, hoje, ávido grude, minha parte temerária;
De buscar a ti e a tua parte, nem sempre sôfrega,
De viver como eu, o que é de nós e o quanto antes.

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