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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O CÃO





LUIZ MARTINS DA SILVA



Não sei o que de concreto contempla

Do mundo pela janela em neblina.

O dia, opaco, a existência infinda.

Eu é que vejo desertos, caravanas.






De repente, algo o incomoda, ladra,

Como se ainda existissem ladrões

E ameaças a circundar cidadelas.

Eu é que diviso pontos, muralhas.





Dali a pouco, recolha, novelo.

Já não é nem lobo, nem matilha,

Dormitando o casulo emprestado.




Estamos juntos, desde nossas gêneses.

Ele, até hoje, sem dias de amanhã.

Eu, cinjo o pescoço com um novo nó.

Um comentário:

Nutri Saúde disse...

belo...perfeito...devíamos aprender a andar em matilhas !
beijos