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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

FOTOGRAFIA


Ao riso , que já não ouvimos.


Ao lado da casa do riso, mora a lucidez
Uma velhinha torta, quase cega e surda.
Costura meias puídas, cirze saias desbotadas.

Ao lado da casa do sonho, mora uma moça triste
Lê histórias entrelaçadas de tempos que já se foram
Recostada na parede , sonha com terras distantes.
Ouve o ruído do rio
 Imagina os peixes cinzas que deslizam
entre as pedras .

Na porta da casa da vida tem uma aranha grande
Tece fios sobre fios e
prende os pés da moça que olha a noite lá fora.

Da  janela aberta ,  vê-se uma estrela
que , pleonasticamente, brilha como um brilhante.

Diz o livro sobre o colo que a Estrela não existe
é eco de outras vidas
e faz da moça triste
Uma moça que lê livros, encostada na parede
ao lado de um rio cinza
e de uma velhinha sem dente.

L.A

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