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domingo, 29 de março de 2009

A LIÇÃO SEM MESTRE


Texto de Luiz Martins

Os versos coloridos passam,
Nuvens, capuchos, vaporosos,
Cortinas de vento sobre a grama
E outonais contornos no papel.

Sóbrias ou borrosas
As sentenças insistem
Em registrar no branco
Uma vida em melodramas.

No jarro,
há dias,
um crisântemo guarda
Ainda o verde carinho.

Na cadeira, um paletó descansa.
Enquanto um gato carimba o caminho
Com dígitos de veludo,
Para depois juntar-se ao dono mudo,
Um quase invisível pierrô.

Sozinho, perscrutando o deserto,
(Através da vidraça tudo é perto)
Também lá dentro o tempo murcha,
Enquanto um inocente sobrevive
De tanto tentar apreender.

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