dire

dire

domingo, 31 de maio de 2009

OPUS 69 nº2



Frederic Chopin um homem além da música. Um pintor, um poeta, um espaço entre as teclas do piano. Frederic fala-nos com suavidade como a brisa que balança a cortina da janela aberta à imensa claridade, ao vento. Por certo que as folhas receberão seu rítimo, e com elas dançarão a valsa da hipsnose que liberta. Sua melancolia se aliará às cores das flores e frutos. Poesia, sonoridade e cor. As notas transbordam a taça de vidro sobre o velho piano e ilumina-se a sala. As cores transbordam a janela de vidro e iluminam a sala. A poesia atravessa os dedos sobre as teclas , salta a escada iluminando a sala.
Os homens e seus chapéus chegam à porta. As damas portam lenços entre os dedos e suaves flores no cabelo. As rendas varrem o tapete da grande sala. A mulher atravessa e sorri. Para ele o salão está vazio, não vê o homem ao lado da mulher, apenas o olhar em voluntário abismo. A mulher é presa à rede lançada ao mar. Nâo percebe a teia a sua volta, nem que o cardume assume nova direção. A mulher ouve a música e procura. Já não ouve apenas a música, entre os acordes está o apito inaudível. Só os cães farejam sons em noites silenciosas. Homens e seus sapatos escuros povoam o chão da grande sala.
Sente o perfume das hortências ao vento.

L.A



Nenhum comentário: