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domingo, 18 de setembro de 2011

A HORA DO LODO



Luiz Martins da Silva

Um uivo me desperta, a índole do lobisomem.
É quando todo o peso do mundo sobrevém.
A orbe, esfera magma, pesa-me sobre os nervos,
Atlas ergue o mundo acima dos meus ombros!


Se sinto, sou; se sou, sinto: emito o som de um guincho!
Revirando a existência, busco no monturo,
Um caco no lixo que me espelhe menos monstro,
No fundo de um funil, algo feito que me redima.

Sou, tão somente sou, medida de uma condição,
Hora de buscar, no abissal vão do desespero,
Nesgas de virtudes em meio à legião de tantos erros.

No porão da consciência, um vulto, semblante de aleijão;
Metade anjo, metade lobo; o sábio ficou bobo;
O sóbrio é um bêbado, afogando-se em vômitos de lodo.

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