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quarta-feira, 12 de outubro de 2011
SAUDADE
Pablo Neruda
Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Gentilmente enviado por Osmar de Oliveira Aguiar
terça-feira, 4 de outubro de 2011
O OLHO DO SOL
LUIZ MARTINS DA SILVA
O Sol não é olho de Deus,
Mas pode ferir os seus.
Mesmo envolto em halo,
É Luz em modos de fala.
Olhar das civilizações,
À Luz que a todos induz,
Pensamentos de luscos
De que Luz maior nos pensa.
Nem a um louco acorreria,
Negar ao Sol alegoria,
Mirar de tanto disco
E ler tão somente faísca.
Mais que luz, sentimento,
A aquecer, brando e lento,
O beijo que a Luz orienta
Desde um outro Sol, lá dentro.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
INTROIBO
OLAVO BILAC
Sinto às vezes, à noite, o invisível cortejo
De outras vidas, num caos de clarões e gemidos:
Vago tropel, voejar confuso, hálito e beijo
De cousas sem figura e seres escondidos...
Miserável, percebo, em tortura e desejo,
Um perfume, um sabor, um tacto incompreendidos,
E vozes que não ouço, e cores que não vejo,
Um mundo superior aos meus cinco sentidos.
Ardo, aspiro, por ver, por saber, longe, acima,
Fora de mim, além da dúvida e do espanto!
E na sideração, que, um dia, me redima,
Liberto flutuarei, feliz, no seio etéreo,
E, ó Morte, rolarei no teu piedoso manto,
Para o deslumbramento augusto do mistério.
De outras vidas, num caos de clarões e gemidos:
Vago tropel, voejar confuso, hálito e beijo
De cousas sem figura e seres escondidos...
Miserável, percebo, em tortura e desejo,
Um perfume, um sabor, um tacto incompreendidos,
E vozes que não ouço, e cores que não vejo,
Um mundo superior aos meus cinco sentidos.
Ardo, aspiro, por ver, por saber, longe, acima,
Fora de mim, além da dúvida e do espanto!
E na sideração, que, um dia, me redima,
Liberto flutuarei, feliz, no seio etéreo,
E, ó Morte, rolarei no teu piedoso manto,
Para o deslumbramento augusto do mistério.
ÓLEO SOBRE TELA- Van Gogh
sábado, 24 de setembro de 2011
T- BONE, O FILÉ CULTURAL

CORREIO BRAZILIENSE
Se alguém me perguntasse quem são os 10 mais admiráveis cidadãos brasilienses que conheço, eu apontaria, sem titubear, o baiano Luiz Amorim, proprietário do Açougue T-Bone, como um dos nomes a figurar na lista. Em Brasília, os poderosos costumam sugar a carótida da cidade como se fossem condes dráculas, sem doar absolutamente nada em troca. Nesse cenário, Amorim é um exemplo de consciência coletiva, sensibilidade social, generosidade e audácia.
Numa cidade em que se privatiza tudo, em que alguns se acham donos das avenidas, das calçadas, da orla do Lago, da noite e até do silêncio, ele vai na contramão e realiza projetos culturais verdadeiramente de qualidade, com acesso gratuito, demostrando que popular não é (necessariamente) sinônimo de porcaria. Não é por acaso. Luiz se alfabetizou no açougue, lendo Aristóteles, Platão, Plotino e outros filósofos gregos, aprendendo que o homem é um animal político e que o lugar da democracia é a praça pública.
Ele está no lugar certo, pois os criadores de Brasília, Lucio Costa e Oscar Niemeyer, também pensavam assim, reservando amplos espaços para manifestações coletivas políticas, culturais e festivas, em escala monumental. Lucio não estava mais vivo quando surgiram as Noites Culturais do T-Bone, mas ele escreveu sobre o Projeto Cabeças, em que os jovens ocupavam as superquadras com música, performances e arte, na década de 1980: “Enquanto os maiorais, confinados nas suas monumentais redomas, brincam de administração e política, no ar livre das quadras das áreas de vizinhanças, esses bons samaritanos ensinam os usuários da cidade a vivê-la”.
As Noites Culturais do T-Bone são, em certo sentido, um desdobramento dos concertos do Projeto Cabeças. A diferença de Luiz Amorim é que ele transforma os sonhos em realidade rapidamente. E foi assim que, num típico impulso de nordestino delirante, idealizou e montou as bibliotecas populares nas paradas dos ônibus. Pela primeira vez, qualquer cidadão teve, efetivamente, acesso direto ao livro, sem necessitar de qualquer burocracia. O processo é educativo, quem não devolve tem a clara consciência de que está praticando um crime contra a comunidade.
Luiz Amorim pensa grande e, por isso, a comunidade abraça os seus projetos. As Noites Culturais começaram como pequenos saraus, mas, agora, os shows reúnem de 8 a 10 mil pessoas na 312 Norte. Brasília clama por lazer gratuito, vida comunitária e cultura que eleve o espírito. Os shows de músicos de ponta nas salas de espetáculo nobres da cidade custam de 300 surreais para cima.
Claro que qualquer festinha ou festa, em casa ou na rua, altera a rotina e causa transtornos circunstanciais. E desconfio que, por morarmos em uma cidade organizada demais, nós, brasilienses, sofremos de uma síndrome do medo de qualquer alteração da rotina. Mas, como bem disse Luiz Amorim: receber Milton Nascimento na porta de casa é um luxo. Encantados com essas celebrações cívicas nas superquadras da capital do país, Tom Zé, Lenine, Milton Nascimento e outros que tocam nos melhores palcos do mundo estão se autoconvidando, generosamente, para tocar nas Noites Culturais do T-Bone.
Música não é sinônimo de barulho. Brasília não pode ser conhecida apenas pelos currais eleitorais e pela lama que eles espalham na imagem da cidade. Precisa ser reconhecida também como um lugar onde as pessoas amam a arte, a cultura, a inteligência e os lumes do espírito.
Vamos apoiar o Luiz Amorim para que ele continue a nos oferecer os seus magníficos e democráticos filés filosóficos, literários, poéticos e musicais.
Numa cidade em que se privatiza tudo, em que alguns se acham donos das avenidas, das calçadas, da orla do Lago, da noite e até do silêncio, ele vai na contramão e realiza projetos culturais verdadeiramente de qualidade, com acesso gratuito, demostrando que popular não é (necessariamente) sinônimo de porcaria. Não é por acaso. Luiz se alfabetizou no açougue, lendo Aristóteles, Platão, Plotino e outros filósofos gregos, aprendendo que o homem é um animal político e que o lugar da democracia é a praça pública.
Ele está no lugar certo, pois os criadores de Brasília, Lucio Costa e Oscar Niemeyer, também pensavam assim, reservando amplos espaços para manifestações coletivas políticas, culturais e festivas, em escala monumental. Lucio não estava mais vivo quando surgiram as Noites Culturais do T-Bone, mas ele escreveu sobre o Projeto Cabeças, em que os jovens ocupavam as superquadras com música, performances e arte, na década de 1980: “Enquanto os maiorais, confinados nas suas monumentais redomas, brincam de administração e política, no ar livre das quadras das áreas de vizinhanças, esses bons samaritanos ensinam os usuários da cidade a vivê-la”.
As Noites Culturais do T-Bone são, em certo sentido, um desdobramento dos concertos do Projeto Cabeças. A diferença de Luiz Amorim é que ele transforma os sonhos em realidade rapidamente. E foi assim que, num típico impulso de nordestino delirante, idealizou e montou as bibliotecas populares nas paradas dos ônibus. Pela primeira vez, qualquer cidadão teve, efetivamente, acesso direto ao livro, sem necessitar de qualquer burocracia. O processo é educativo, quem não devolve tem a clara consciência de que está praticando um crime contra a comunidade.
Luiz Amorim pensa grande e, por isso, a comunidade abraça os seus projetos. As Noites Culturais começaram como pequenos saraus, mas, agora, os shows reúnem de 8 a 10 mil pessoas na 312 Norte. Brasília clama por lazer gratuito, vida comunitária e cultura que eleve o espírito. Os shows de músicos de ponta nas salas de espetáculo nobres da cidade custam de 300 surreais para cima.
Claro que qualquer festinha ou festa, em casa ou na rua, altera a rotina e causa transtornos circunstanciais. E desconfio que, por morarmos em uma cidade organizada demais, nós, brasilienses, sofremos de uma síndrome do medo de qualquer alteração da rotina. Mas, como bem disse Luiz Amorim: receber Milton Nascimento na porta de casa é um luxo. Encantados com essas celebrações cívicas nas superquadras da capital do país, Tom Zé, Lenine, Milton Nascimento e outros que tocam nos melhores palcos do mundo estão se autoconvidando, generosamente, para tocar nas Noites Culturais do T-Bone.
Música não é sinônimo de barulho. Brasília não pode ser conhecida apenas pelos currais eleitorais e pela lama que eles espalham na imagem da cidade. Precisa ser reconhecida também como um lugar onde as pessoas amam a arte, a cultura, a inteligência e os lumes do espírito.
Vamos apoiar o Luiz Amorim para que ele continue a nos oferecer os seus magníficos e democráticos filés filosóficos, literários, poéticos e musicais.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
A TORRE SOLAR DAS OLIMPÍADAS DE 2016

Um dos primeiros esboços arquitectónicos para os Jogos Olímpicos de 2016, que se realizarão no Rio de Janeiro e destaca-se pela sua sustentabilidade. Desenhada pelo gabinete RAFAA sedeado em Zurique, consegue gerar energia durante o dia e a noite, utilizando a energia solar e a hídrica, respectivamente. Esta torre irá gerar e fornecer energia não só para a aldeia olímpica, como também o Rio.

A Solar City Tower engloba : Anfiteatro, auditório, cafetaria e lojas são acessíveis no piso térreo, a partir do qual se acede igualmente ao elevador público que conduzirá os visitantes a vários observatórios, assim como a uma plataforma retráctil para a prática de bungee jumping.
No cimo da torre é possível apreciar toda a paisagem que circunda a ilha onde estará implementada, bem como a queda de água gerada por todo o sistema que integra a Solar City Tower, tornando-a num ponto de referência dos Jogos Olímpicos de 2016 e da cidade do Rio de Janeiro.
DIVERGÊNCIAS
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
Lembre-se de que as outras pessoas são diferentes e, por isso mesmo, guardam maneiras próprias de agir.
Esclarecer à base de entendimento fraterno- sim, polemizar, não.
Antagonizar sistematicamente é um processo exato de angariar aversões.
Você pode claramente discordar sem ofender, desde que fale apreciando os direitos do opositor.
Afaste as palavras agressivas do seu vocabulário.
Tanto quanto nos acontece, aos outros querem ser eles mesmos na desincumbência dos comrpomissos que assumem.
Existem inúmeros meios de auxiliar sem ferir.
Geralmente nunca se discute com estranahos e sim com as pessoas queridas: visto isso, valeria a pena atormentar aqueles com quem nos cabe viver em paz?
Aprendamos a ceder em qualquer problema secundário, para sermos fiéis às realidades essenciais.
Se alguém diz que a pedra é madeira, é justo se lhe acate o modo de crer, mas se alguém toma a pedra ou a madeira para ferir a outrem, é importante argumentar quanto à impropriedade do gesto insano.
Do Livro- Sinal Verde
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
RECADO DA TERESA E DO FERNANDO PASSOS
«Nós somos os filhos das Mulheres. Têm uma paciência infinita para as nossas Brincadeiras.
Fizeram-nos para o mundo. No centro e na periferia da vida lá estão as Mulheres.
No caminho, entre ambos, também. Da Terra Nova ao Chile, do Brasil ao Japão,
de Marrocos ás Molucas, as Mulheres portuguesas fizeram o mundo.»
PARABENS AO MATEUS PELO SEUS 19 ANOS, NO DIA 19 DO 9º MÊS!
COINCIDÊNCIA QUE DEVERÁ SER UM MARCO BOM NA VIDA DO NOSSO AMIGO
MESMO SÓ EM ESPÍRITO, E NÃO SERÁ O ESPÍRITO O MAIS IMPORTANTE DE NÓS?
PARABÉNS À LUISA, MÃE TODA FEITA DE ALMA A
TRANSPARECER DOÇURA, MUITO ESPECIAL. PARABÉNS IGUALMENTE PARA SEU PAI.
Para o Mateus e sua mãe aqui vai uma passagem de F. Carvalho Rodrigues (Físico, autor do livro "Convoquem A Alma"):
Um abraço de Parabéns do Fernando.
O voto de que este dia seja um dia de Alegria,
um novo princípio, uma nova e grande travessia do deserto
para chegar a um magnífico oásis!
domingo, 18 de setembro de 2011
A HORA DO LODO
Luiz Martins da Silva
Um uivo me desperta, a índole do lobisomem.
É quando todo o peso do mundo sobrevém.
A orbe, esfera magma, pesa-me sobre os nervos,
Atlas ergue o mundo acima dos meus ombros!
Se sinto, sou; se sou, sinto: emito o som de um guincho!
Revirando a existência, busco no monturo,
Um caco no lixo que me espelhe menos monstro,
No fundo de um funil, algo feito que me redima.
Sou, tão somente sou, medida de uma condição,
Hora de buscar, no abissal vão do desespero,
Nesgas de virtudes em meio à legião de tantos erros.
No porão da consciência, um vulto, semblante de aleijão;
Metade anjo, metade lobo; o sábio ficou bobo;
O sóbrio é um bêbado, afogando-se em vômitos de lodo.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
sábado, 10 de setembro de 2011
ENERGIA CÓSMICA UNIVERSAL
"Somos consciências quânticas habitando receptáculos de matéria condensada. Se não fosse dessa forma, não poderíamos expressar a nossa presença nesta dimensão densificada. Entretanto, nosso potencial não está na densidade, mas sim, na sutileza da composição química, fisica e biológica dos nossos centros de força, os quais estão conectados a toda energia universal. Assim, devemos nos perceber como seres sutis, pois a nossa permanência na criação se dá por infinitos feixes de quanta gravados nas dimensões e infradimensões eternas. "
Gesiel Albuquerque : link
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
EQUÍVOCOS LITERÁRIOS- No caminho com Maiakóvski
NO CAMINHO, COM MAIAKÓVSKI
Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakósvki.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho e nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz:
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas no tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares,
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo.
Por temor, aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!Nota: parte do Poema acima, atribuído a Vladmir Maiakóvisk( poeta russo) ou a Bertold Brecht na verdade foi escrito pelo poeta brasileiro EDUARDO ALVES DA COSTA , nascido em Niterói em 1936.
O texto abaixo, com a mesma ressonância poética é de Bertold Brecht:
O texto abaixo, com a mesma ressonância poética é de Bertold Brecht:
Primeiro levaram os negros.
Mas não me importei com isso.
Eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários.
Mas não me importei com isso.
Eu também não era operário.
Mas não me importei com isso.
Eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários.
Mas não me importei com isso.
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis.
Mas não me importei com isso.
Porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados.
Mas como tenho meu emprego, também não me importei.
Agora estão me levando.
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém.
Ninguém se importa comigo.
Bertold Brecht (1898-1956).
Mas não me importei com isso.
Porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados.
Mas como tenho meu emprego, também não me importei.
Agora estão me levando.
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém.
Ninguém se importa comigo.
Bertold Brecht (1898-1956).
terça-feira, 30 de agosto de 2011
A SAÚDE E O NÃO PERDÃO
LOUISE L. HAY
Sempre que estamos doentes, necessitamos procurar dentro de nossos corações para descobrirmos quem precisamos perdoar. O conhecido livro Course in Miracles diz. "Toda doença tem origem num estado de não-perdão e "sempre queficamos doentes, precisamos olhar à nossa volta para vermos a quem precisamos perdoar".
Eu acrescentaria a isso que a pessoa a quem você achar mais difícil perdoar é a DA QUAL VOCÊ PRECISA SE LIBERTAR. Perdoar significa soltar, desistir. Não tem nada a ver com desculpar um determinado comportamento. É só deixar toda a coisa ir embora. Não precisamos saber como perdoar. Tudo o que necessitamos fazér é estarmos dispostos a perdoar. O universo cuidará dos "como".
Compreendemos bem demais nossa própria dor. Como é difícil para a maioria de nós compreendermos que eles, sejam lá quem forem, precisam de nosso perdão, também estão sofrendo dor. Precisamos entender que eles estavam fazendo o melhor que podiam com a compreensão, a consciência e o conhecimento que tinham na época.
Quando alguém vem a mim com um problema, não importa qual seja - má saúde, falta de dinheiro, relacionamento insatisfatórios, criatividade sufocada -, trabalho unicamente numa só coisa, ou seja, : em amar o eu.
Aprendi que, quando realmente amamos, aceitamos e aprovamos a nós mesmos exatamente como somos, tudo na vida funciona. Écomo se pequenos milagres estivessem em todos os cantos. Nossa saúde melhora, atraímos mais dinheiro, nossos relacionamentos tornam-se mais satisfatórios e começamos a nos expressar de forma plena e criativa. Tudo parece acontecer sem nem mesmos tentarmos.
Amar e aprovar a si mesmo, criar um espaço de segurança, confiança merecimento e aceitação resultará na criação da organização da sua mente, criará relacionamentos mais amorosos em sua vida, atrairá um novo emprego e um nvo e melhor lugar para viver, e até permitirá que seu peso corporal se equilibre. Pessoas que amam a si mesmas e aos seus corpos não se prejudiam e nem prejudicam os outros.
A auto-aprovação e auto-aceitação por aqui e agora são as principais chaves para mudanças positivas em todas as áreas de nossas vidas.
O Amar a si mesmo, amar o eu, começa com jamais nos criticarmos por nada. A crítica nos tranca dentro do padrão que estamos tentando modificar. A compreensão e o sermos mais gentis conoscos nos ajudam a sair dele. Lembre-se , vocês esteve se criticando por anos e não deu certo. Tente se aprovar e veja o que acontece.
Do livro- Você Pode Curar Sua Vida.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
NOS BRAÇOS DOS ANJOS
À memória, necessária , de Brenno Ataíde Lessa
Nós não compreendemos muito.
Porque por mais que tentamos traduzir os idiomas do mundo
Há a linguagem dos que não caminham um passo após o outro.
Eles saltam a janela, e vivem a plena capacidade de estar só.
Vivem só, riem só, sonham só.
Há cores que só eles pintam, há trilhos que nunca alcançaremos.
Isso porque, pisamos, apenas, as pedras das ruas - no máximo os telhados das casas.
Eles alcançam as asas do vento e às vezes tombam como pássaros feridos.
A palma da mão de Deus os acolhe e protege.
O sopro da vida enche-lhes de novo os pulmões.
Porque a vida é cíclica e nunca se esvai.
Somos eternos.
Porque por mais que tentamos traduzir os idiomas do mundo
Há a linguagem dos que não caminham um passo após o outro.
Eles saltam a janela, e vivem a plena capacidade de estar só.
Vivem só, riem só, sonham só.
Há cores que só eles pintam, há trilhos que nunca alcançaremos.
Isso porque, pisamos, apenas, as pedras das ruas - no máximo os telhados das casas.
Eles alcançam as asas do vento e às vezes tombam como pássaros feridos.
A palma da mão de Deus os acolhe e protege.
O sopro da vida enche-lhes de novo os pulmões.
Porque a vida é cíclica e nunca se esvai.
Somos eternos.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
VECTOR NULO
FERNANDO HENRIQUE DE PASSOS
Uma criança anda perdida no deserto.
Percorre há milênios os não-caminhos de areia.
Detém-se agora ante a magnificente esfinge
E faz-lhe uma pergunta.
O Sol abrasador enche tudo de silêncio.
A criança escolhe uma direção ao acaso
E continua a caminhar.
Do livro- Horas de Trevas, Horas de Luz
sábado, 13 de agosto de 2011
ENTRE OS ATOS- VIRGÍNIA WOOLF
Antonio Bivar prefaciou Entre os Atos , o último romance escrito por Virginia Woolf publicado postumamente, quatro meses depois de seu suícídio numa sexta-feira, 28 de março de 1941. Virginia estava com 59 anos quando afogou-se no Rio Ouse. A última pessoa que a viu, relata Bivar , foi John Hubbard, empregado de uma fazenda local. Hubbard contou que era por volta de 11h30 da manhã quando Virgínia , de sobretudo e bengala, passou por ele em direção ao rio. Largou a bengala, enfiou pedras nos bolsos do casaco e entrou no rio. Deixara , em casa, cartas para o amigo Leonard e para a irmã Vanessa , que morava a poucos quilômetros da Fazenda. Na carta explicava ter certeza de estar ficando louca novamente e desta vez sem esperança de cura. Acreditava que nunca mais ficaria boa e não achava certo continuar dando trabalho aos aoutros. Escreveu ao marido:
"Querido, tenho a certeza que estou enlouquecendo de novo. De modo que estou fazendo o que parece melhor. Não consigo mais lutar. Sei que estou estragando a sua vida e que sem mim você poderá trabalhar. Você foi absolutamente paciente comigo e incrivelmente bom. Se alguém pudesse me salvar, teria sido você. Não creio que duas pessoas tenham sido mais felizes do que nós fomos."
Ao descobrir as cartas , Leonard telefonou para Vanessa e , acostumado às rotas de Virgiínia foi até o rio onde encontrou, na margem, a bengala da mulher. Nos dias e semanas seguintes as buscas foram incessantes. Os jornais noticiaram o desaparecimento da escritora, amigos manifestaram profunda consternação e alguns escreveram obituários para os principais jornais ingleses. O corpo so foi encontrado três semanas depois, no dia 18 de abril, na outra margem do rio. Cinco adolescentes passeando de bicicleta pelas redondezas pararam para um piquenique e viramum corpo boiando entre arbustos. Correram a avisar a polícia. Era o corpo de Virginia Woolf. Leonardo foi sozinho à cremação , em Brighton.
Virgínia , assim que terminou de datilografar Entre os Atos entregou o livro para o escritor e amigo John Lehmann que agora era sócio de Leonard Woolf na editora Hogarth Press , que ela e o marido haviam fundado em 1917. Imediatamente após entregar o livro veio a insegurança. Pediu a Lehmann que adiasse a publicação, que não viu motivo para adiamento. Virgínia sempre temia a reação de amigos e da crítica , ao lançar novas obras, com esse romance sentia-se mais apreensiva do que nunca. Contudo, todos que a conheciam tinham a erteza de que, como ela havia superados as outras crises, com tratamento e repouso, embora sob os cuidados da médica e amiga Octavia Wilberforce, ela acabaria superando mais essa crise. Todos acreditavam nisso , menos Virginia. Mesmo com a cabeça explodindo de ideias projetos sentia estar perdendo a energia criativa e que seu tempo havia passado, Com a guerra ninguém queria saber de livros. Mecklenburgh Square, onde ficava a última residência londrina do casal Woolf é posta abaixo num bombardeio. A casa em Tavistock Square , onde também viveram tantos anos, antes de se transferirem para Mecklenburgh Square tamvém fora destruída. "Tudo é entulho onde escrevi tantos outros livros", ela escreve no diário.
Em Entre os Atos se fundem fragmentos de poesia, versos e rimas infantis, provérvios, notícias da guerra , elementos pós-freudianos, em seu espetáculo- produzido com parcos recursos ( lençois pintados representando a Civilização em ruínas). Miss La Trobe, a personagem , se empenha para que todos entendam que a história nada mais é que repetição sem sentido. A única alternativa é a voz dos poetas - delicada, pura, musical e incorruptível.
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